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Spoiler sem contexto - A Ruína do Duque

Um capítulo qualquer, um trecho qualquer.

A Ruína do Duque - livro 5 da série OS QUATRO ASES DE LONDRES


Lançamento: 19/10 na Amazon!



Casal apaixonado se beijando no jardim

Hannah puxou a mão de volta e fixou os olhos no lugar onde a língua de Richard havia tocado, ainda úmido de saliva. Ela detestava a ideia de que a saliva de outra pessoa pudesse encostar nela, mas se pegou levando a mão até o nariz para cheirar.


Por Deus, Richard tinha aroma de uísque, e ela não queria sair correndo para se lavar. Ao contrário, Hannah ficou na ponta dos pés e se pendurou nos ombros dele para examinar o hálito morno que ele exalava.


Estava quente ali no jardim. Mesmo que ventasse, mesmo que ainda não fosse verão, mesmo que ela estivesse usando um vestido leve e indecente. Não deveria fazer calor, então por que Hannah sentia aquela queimação subindo por suas pernas e desaparecendo no espartilho?


— Por que fez isso? — ela perguntou, mais perto dele do que já estivera de qualquer outra pessoa.

— Não sei. Você está sempre confortável perto de mim, então quis testar seus limites. Ao que tudo indica, não posso te lamber.


Hannah ergueu a mão e a colocou na altura do rosto de Richard.


— Faça novamente.

— Não quero te perturbar.

— Estou pedindo. Faça de novo, não vou me assustar.


Ele sorriu, exibindo os dentes brancos perfeitamente alinhados — havia simetria ali, também — e fechou os olhos assim que encostou os lábios nela novamente.


Hannah o imitou. De olhos fechados, as sensações se intensificaram. Richard circulou a palma da mão dela com a língua enquanto a segurava pelo pulso, e ela sentiu várias partes do corpo latejando.


Não era calor. Hannah estava excitada. Era o mesmo que acontecia quando lia um romance proibido ou os livros sobre sexo que havia na biblioteca do Quatro Ases. Em algum momento, a investigação se transformou em outra coisa. Eles permaneceram no jardim, e seu corpo assumiu o controle da mente.


Essa era a única explicação para o gemido que escapuliu de sua garganta ou para o movimento de seu quadril friccionando contra a firmeza que Richard Cadden representava. Ela queria acreditar que fosse pela concussão, mas a pancada na cabeça era apenas uma memória distante do ataque que sofrera. Nem mesmo o ferimento nas costelas incomodava enquanto, nos braços do seu melhor amigo, o homem que a magoou e de quem deveria manter distância, Hannah se dissolvia em sensações inéditas.


— O que você sentiu? — perguntou o devasso.

— Por que parou?

— Porque em breve não vou querer beijar só a sua mão, Hannah.


Oh, céus. Essa era uma ameaça gloriosa.


— Onde você gostaria de beijar?


Richard mordeu o lábio inferior e encostou o indicador na parte de trás da sua orelha.


— Aqui.

— Por quê?

— Porque você deve cheirar muito bem.

— Onde mais?

— Hannah…

— Responda.

— Certo. — O dedo dele deslizou até sua clavícula. — Aqui.

— Por quê?

— Porque é o mais perto dos seus seios que minha boca jamais chegará.


Ela engoliu um soluço e, de repente, seu corpo precisava sair de dentro daquele vestido. Sua pele estava sensível, os mamilos enrijeceram e, doloridos, não suportavam o espartilho e o contato com a chemise. Hannah precisava arrancar as roupas e se enfiar dentro de uma banheira morna. Talvez precisasse se tocar, até obter o prazer que a acalmaria.


Ou talvez ela não fosse se acalmar, pois nada, nunca, a incomodou tão satisfatoriamente.


— Faça isso.


Havia sempre a possibilidade de loucura temporária. Porque Hannah perdera o juízo e não tinha intenção de recuperá-lo rapidamente.


Richard balançou a cabeça e deu uma risada sombria. Lá estava ele novamente, o homem que ela não conhecia, aquele que viu no corredor, que surgia na escuridão e provavelmente se alimentava dela.


— Não. Se eu fizer, posso não saber parar.

— Controle-se.

— Nem todo mundo é como você, Hannie. Algumas pessoas perdem o controle diante de algo que desejam muito.


Ela ergueu o queixo dele com a mão direita e encarou os olhos sombrios.


— E o que você quer muito, agora?

— Você.

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